Mostra Documenta SP


Nos primeiros finais de semana de abril de 2016 aconteceram as últimas apresentações dos experimentos cênicos “ Aqui não !” e “O Sustento da saudade”.
Essas interferências integraram a mostra intitulada DOCUMENTA SP – o cemitério como microcosmo da cidade no final de 2015 e a pedidos dos próprios participantes dos processos que culminaram nessas interferências, voltaram a ocupar os espaços públicos de dois cemitérios de São Paulo nesse semestre.
Buscando contemplar os desejos dos coletivos envolvidos nessa ação os coordenadores das oficinas Ana Carolina Angrisani e Gustavo Idelbrando (atores documentaristas da Cia. Teatro Documentário que coordenaram o processo e responsáveis das interferências) propuseram uma curta temporada de reapresentação dos experimentos, buscando com isso um aprofundamento das relações estabelecidas com o espaço e com as descobertas dramatúrgicas traduzidas em materialidades cênicas durante a Mostra Documenta SP.
Com entrada franca, o público pode conhecer, ou mesmo rever numa segunda oportunidade as interferências “o Sustento da Saudade – documentário cênico sobre o cemitério da quarta parada” apresentado nos dias 9, 10 e 16, 17 de abril, dentro do Cemitério da Quarta Parada (Zona Leste) e, o documentário cênico “Aqui não – sobre a necessidade de enterrar os mortos” nas mesmas datas no cemitério do Araçá (zona Oeste).

Cine Doc.


No sábado do dia 16 de abril abrimos  nossa casa para a exibição do filme "Nós que aqui estamos por vós esperamos".

Este encontro documental integrou o projeto "Terra de Deitados" contemplado pela 26ª Edição da Lei de Fomento ao Teatro e aconteceu logo após as apresentações da "Mostra Documental" nos cemitérios do Araçá e Quarta Parada.


"Nós que aqui estamos por vós esperamos " filme brasileiro com direção de Marcelo Masagão, foi inspirado na “Era dos Extremos”, do historiador britânico Eric Hobsbawm e produzido a partir de imagens registradas no século XX.
Retratando situações da vida e da morte de personagens históricos a produção contextualiza os aspectos econômico e cultural do período, responsáveis pela construção das imagens que permeiam a memória século XX.
Essa abordagem dialoga diretamente com as pesquisas desenvolvidas pela Cia Teatro Doc, bem como com os interesses do público que frequenta as ações desenvolvidas pela companhia.

... pelos Territórios da Morte com Renato Cymbalista


O urbanista Renato Cymbalista foi um dos autores convidados pela Cia Teatro Documentário para alimentar as investigações realizadas nos cemitérios Públicos em virtude do Projeto “Terra de Deitados” executado com o apoio da 26ª Edição da Lei de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo.
O grupo reuniu-se durante três dias com o pesquisador, incluindo nesses estudos uma visita no cemitério da Vila Mariana, espaço da adaptação  de Terrenos, atual produção do grupo.
No dia 09 de abril o encontro aberto com Cymbalista foi realizado na sede do Teatro Documentário . 
 O evento foi aberto ao público. Em forma de palestra, seguida de debate o autor apresentou as formas como historicamente as relações entre a morte, os mortos e o território da cidade,abordando ainda,como as convenções relativas aos cemitérios públicos foram construídos socialmente no Brasil
 No dia 11 de março de 2016, Marcelo Soler (Fundador, encenador e dramaturgo da Cia. Teatro Doc) participou das Reflexões Estético-Políticas do MIT _ Mostra Internacional de Teatro sobre Teatro Documentário,num debate que buscou identificar as Potências e Limites da linguagem documental.
Nesse evento conforme o costume,o encenador Marcelo Soler reiterou a importância do incentivos obtidos por meio da Lei de Fomento para o teatro da cidade de São Paulo dentro da história recente da Cia Teatro Documentário. Além disso, o espaço foi utilizado para estabelecer os elementos norteadores do trabalho que a Cia.Teatro Doc. desenvolve na área da linguagem cênica documental, em paralelo com os teatros do real apresentados pelos demais participantes presentes na mesa e ainda por outros coletivos artísticos que integraram a Mostra, tais como as produções do grupo Rimini Protokoll.

“Gracias a la vida" no Curto Circuito

Em fevereiro(17/02/2016) a Cia Teatro Documentário integrou um grupo de coletivos teatrais participantes do MOTIN, apresentando a interferência “Gracias a la vida ou quatro tentativas de háblar boliviano” na primeira mostra do Movimento dos Teatros Independentes de São Paulo apelidada de "Curto-Circuito".

O projeto Curto-Circuito apresentou uma diversidade de materialidade cênicas em diferentes regiões da cidade. Os encontros reuniam a cada dia de apresentação o trabalho de cinco companhias que em sequência compartilharam seus trabalhos sobre São Paulo.
Gracias a la vida ou quatro tentativas de háblar boliviano” surgiu originalmente dentro do Projeto “Morte na vida da grande cidade” com o apoio da lei de Fomento ao Teatro;foi concebida durante as experimentações da Cia. Teatro Doc. na feira boliviana, após um longo processo de aproximação dos Bolivianos que trabalham em condições ilegais na região leste de São Paulo.

Roda de Diálogos

Participação do Fundador e Encenador da Cia. Teatro Doc Marcelo Soler, na roda de diálogo: "Teatro do Oprimido - governo, formação e movimento" em virtude do lançamento do livro Dodi Leal.
Além de aproveitar a oportunidade para compartilhar as experiências da Cia. Teatro Documentário incentivadas pela Lei de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo, Soler apresentou ao público presente as ideias que fundamentam o histórico do grupo, a partir das influências do Teatro do Real proposto por Augusto Boal. Questões como a abordagem da escrita teatral para atores e não atores foram trazidas à tona, como formas de se conceber política e esteticamente o teatro.
Com entrada gratuita, o TUSP promoveu, no dia 29 de janeiro, o lançamento do livro Pedagogia e Estética do Teatro do Oprimido – marcas da arte teatral na gestão pública, do pesquisador Dodi Leal. Editado pela editora Hucitec, a publicação faz parte da coleção Pedagogia do Teatro. No lançamento houve uma apresentação teatral Samba para construção do Coletivo Nóis na Mala e a roda de diálogo Teatro do Oprimido – governo, formação e movimento,com a presença de Dodi e dos pesquisadores Nílcia de Paula e Marcelo Soler.
Se como bem nos lembra Ingrid Dormin Koudela no texto “O Ato Estético Coletivo” Theatron de onde se origina a palavra teatro, era “para os gregos, o lugar de onde se vê (o edifício teatral), enquanto a palavra 'drama' deriva no seu sentido original da palavra grega 'drão', cujo significado está relacionado com o princípio do sujeito envolvido em uma ação” (KOUDELA, I. D. . O ATO ARTÍSTICO COLETIVO. In: SEMINARIO NACIONAL DE ARTE-EDUCAÇÃO, 1999, MONTENEGRO. FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE ARTES DE MONTENEGRO. MONTENEGRO / RS : FUNDARTE, 1999. v. 1. p. 29-36 ). 
 À Cia. Teatro Doc. interessa pensar os múltiplos lugares, sujeitos e formas envolvidos nas ações estéticas e pedagógicas nas quais se desenvolvem as expressões dramáticas.



MOSTRA DOCUMENTA SP

Mostra Documenta SP
Interferências teatrais em 4 CEMITÉRIOS PÚBLICOS da cidade de SP.
Mais uma ação do projeto TERRA de DEITADOS da CIA. TEATRO DOC.
Com um histórico de experiências nas quais a articulação entre a arte e a ação cultural se estabelece em procedimentos DOCUMENTAIS a trajetória recente da Cia. Teatro Doc. é marcada por produções que investigam as questões que habitam o universo da MEMÓRIA nas relações do homem com a cidade. Atualmente, o grupo desenvolve o quarto projeto apoiado pela Lei Municipal de FOMENTO do Teatro para a cidade São Paulo_ Terra de Deitados. Além disso realizou encenações e projetos com Sesc, e vem se destacando por PESQUISAS e projetos nacionais e parcerias internacionais ligadas a cena contemporânea e ao universo acadêmico.
Terra de Deitados tem como objetivo experimentar situações de investigação de narrativas VELADAS de produção de discursos cênicos advindos da proposição: O CEMITÉRIO COMO MICROCOSMO DA CIDADE. E deseja a partir de uma série de ações, produzir interferências sobre a MORTE em São Paulo.
Após as Oficinas de investigação de narrativas cênicas documentais nos cemitérios: Araçá, Quarta Parada, Vila Formosa e Vila Mariana. Os encontros e as encenações resultantes desse processo coordenados pelos integrantes da Cia. Teatro Documentário  foram  compartilhadas publicamente no período de 05 à 19 de dezembro na Mostra Documenta SP,nos dias:
05/12 Aqui Não . Sobre a Necessidade de enterrar os Mortos. Direção Carolina Angrisani;
06/12 O Sustento da Saudade. Documentário Cênico sobreo o Cemitério da Quarta Parada. Direção Gustavo Curado;
13/12 Ciao. Direção Marcelo Soler;
19/12 Clandestino: Documentário Cênico Sobre o Arquivo Morto. Direção Marcio Rossi.

Encontro Documental: Relatos da Morte

ENCONTRO DOCUMENTAL: Relatos da Morte na Casa do Teatro Documentário
Em outubro realizamos na sede da Cia Teatro Doc. mais um Encontro Documental. Na véspera do dias dos mortos, celebramos a vida com os RELATOS DA MORTE.
Para inspirar a conversa os participantes apresentaram cenas, números musicais, além disso  a imaginação rolou solta 
 a partir do quadrinho São Paulo dos Mortos (edição 1 e 2) da Zapata Edições para venda no nosso encontro!
Descrição da primeira edição:
O livro traz histórias de zumbis ambientadas na cidade de São Paulo. Narrativas médias e curtas, buscando uma perspectiva diferente para o gênero.
As HQs trafegam entre terror, drama e humor, contendo temáticas de crítica política e social.
O projeto foi realizado através do Catarse, plataforma de financiamento coletivo.
E para dar um gostinho do que você vai encontrar no livro segue a sinopse de uma das histórias:
Itaquerão
Três garotos sobrevivem ao fim do mundo em Itaquera, periferia de São Paulo. Em meio às conversas sobre desejos loucos, eles resolvem invadir o Itaquerão, estádio do Corinthians, a fim de jogar futebol no tão sonhado templo sagrado. Sonham encontrar com os jogadores do clube de coração deles, pois dizem que eles ficaram refugiados lá dentro do estádio, sobrevivendo ao apocalipse zumbi.

A Performance e o espaço Urbano Público

 Durante os meses de  Setembro e  Outubro  mergulhamos no universo da Performance Tivemos  encontros com artista Eduardo Salvino.  


E realizamos na Galeria Olido  um encontro com Lucio Agra para uma esclarecedora  palestra sobre Performance a partir do tema :Poética da Performance e o Espaço Urbano.

A configuração da performance como produção artística singular e o contexto das políticas culturais na cidade.

https://www.facebook.com/events/1505831016398376





Cine Doc. Terra Deu, Terra Come

Em setembro  realizamos  um  Encontro Documental na Casa do Teatro documentário.

Como parte das ações do projeto Terra de Deitados exibimos e  propusemos uma conversa com os convidados  a partir do filme  filme/documentário "Terra Deu, Terra Come" do diretor Rodrigo Siqueira.


 do projeto "Terra de Deitados" contemplado pela 26ª Edição da lei municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo. abrir a Casa do Teatro Documentário na Rua Maria José,140 (Bela vista) para receb-los no sábado 12 de setembro as 20hSobre 
" Pedro de Almeida, garimpeirhttps://www.facebook.com/events/911950998878225o de 81 anos de idade, comanda como mestre de cerimônias o velório, o cortejo fúnebre e o enterro de João Batista, que morreu com 120 anos. O ritual sucede-se no quilombo Quartel do Indaiá, distrito de Diamantina, Minas Gerais. Com uma canequinha esmaltada, ele joga as últimas gotas de cachaça sobre o cadáver já assentado na cova: “O que você queria taí! Nós não bebeu ela não, a sua taí. Vai e não volta pra me atentar por causa disso não. Faz sua viagem em paz”.
Dessa maneira acaba o sepultamento de João Batista, após 17 horas de velório, choro, riso, farra, reza, silêncios, tristeza. No cortejo, muita cantoria com os versos dos vissungos, tradição herdada da áfrica. Descendente de escravos que trabalhavam na extração de diamantes, nas Minas Gerais do tempo do Brasil Império, Pedro é um dos últimos conhecedores dos vissungos, as cantigas em dialeto banguela cantadas durante os rituais fúnebres da região, que eram muito comuns nos séculos 18 e 19.
Garimpeiro de muita sorte, Pedro já encontrou diamantes de tesouros enterrados pelos antigos escravos, na região de Diamantina. Mas, o primeiro diamante que encontrou, há 70 anos, o tio com quem trabalhava o enterrou e morreu sem dizer onde. Depois disso, vive sempre em uma sinuca: para reencontrar o diamante só se invocar a alma de seu tio João dos Santos. “É um diamante e tanto, você precisa ver que botão de mágoa.” Ao conduzir o funeral de João Batista, Pedro desfia histórias carregadas de poesia e significados metafísicos, que nos põem em dúvida o tempo inteiro: João Batista tinha pacto com o Diabo?; O Diabo existe?; estamos sozinhos, ou as almas também estão entre nós?; como Deus inventou a Morte?
A atuação de Pedro e seus familiares frente à câmera nos provoca pela sua dramaturgia espontânea, uma auto-mise-en-scène instigante. No filme, não se sabe o que é fato e o que é representação, o que é verdade e o que é um conto, documentário ou ficção, o que é cinema e o que é vida, o que é africano e o que é mineiro, brasileiro."